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Como é uma personalidade imatura?

  • veramartinski
  • 25 de jun. de 2015
  • 4 min de leitura

A pessoa imatura é uma pessoa a meio caminho, com uma psicologia incipiente, incompleta, que não está bem acabada e que tem muitos pontos negativos, mas que pode mudar, melhorar e tornar-se mais sólida, com a ajuda de um psiquiatra ou de um psicólogo. Características de uma pessoa imatura

1) Defasagem entre a idade cronológica e a idade mental.

É uma das manifestações que mais chama a atenção logo de cara.

2) Desconhecimento de si próprio.

Conhecer-se a si próprio era uma das normas do herói grego. No templo dedicado ao deus Apolo, em Delfos, havia a inscrição: Gnothi Seauton, “conhece-te a ti mesmo”. Trata-se de ter claro que aquilo que devemos estudar com mais afinco somos nós mesmos, temos de saber quais são as nossas limitações e as nossas atitudes. O conhecimento dessas realidades é como que a carta de navegação que nos ajuda a guiar-nos para uma vida adequada. 3) Instabilidade emocional.

A instabilidade emocional manifesta-se em mudanças do estado de ânimo: o sujeito passa da euforia à melancolia de um dia para outro ou mesmo dentro de um mesmo dia. É preciso distinguir essa variação dos chamados transtornos bipolares. O imaturo é desigual, variável, irregular, os seus sentimentos movem-se e balançam como um pêndulo, de maneira que ninguém nunca sabe o que esperar dele. Essa fragilidade é um traço bem característico da imaturidade. O seu estado de ânimo pode ser representado pelos dentes de uma serra, uma espécie de montanha russa cheia de oscilações. 4) Pouca ou nenhuma responsabilidade.

A imaturidade tem níveis, como qualquer outro fato psicológico. A palavra “responsabilidade” vem do latim respondere, que significa “responder”, “prometer”, “satisfazer”. Estar na realidade é ter consciência das próprias circunstâncias imediatas – o hoje e o agora –, que são inescapáveis e que ninguém pode menosprezar. 5) Pouca ou nenhuma percepção da realidade.

A captação incorreta de si próprio e das circunstâncias leva o sujeito a ter um comportamento inadequado nas suas relações intrapessoais (desarmonia consigo próprio) e interpessoais (não sabe lidar com os outros) 6) Ausência de um projeto de vida.

A vida não pode ser improvisada. É preciso uma certa organização, um esquema que planeje o futuro. E os três grandes temas do nosso projeto de vida devem ser: o amor, o trabalho e a cultura. E o sujeito imaturo não assume seriamente nenhum dos três. 7) Falta de maturidade afetiva.

É preciso compreender o que é o amor e vê-lo como a vértebra da nossa vida sentimental. É o amor que dá sentido à vida. Mas não há amor sem renúncias. Além disso, é preciso ter a consciência de que ninguém é absoluto para o outro. Não há amor eterno; ele só existe nos filmes, nas canções da moda e na cabeça das pessoas imaturas. O que, sim, existe é o amor trabalhado a cada dia. Amar não significa ter sentimentos doces, mas voltar-se juntamente com o outro para as pequenas realidades cotidianas. Assistimos hoje uma verdadeira socialização da imaturidade afetiva. 8) Falta de maturidade intelectual.

A inteligência, assim como a afetividade, é outra das grandes ferramentas da psicologia. Há muitas formas de inteligência: teórica, prática, social, analítica, sintética, discursiva, matemática, analógica, intuitiva e reflexiva... Mas façamos uma idéia clara: uma pessoa é inteligente quando sabe focar um tema, fazer raciocínios e juízos adequados sobre a realidade, quando é capaz de formular um conjunto de soluções exeqüíveis e positivas para problemas concretos. Na linguagem mais moderna da psicologia cognitiva: inteligência é saber receber a informação, codificá-la e ordená-la corretamente a fim de oferecer respostas válidas, coerentes e eficazes. Nesse campo, as manifestações de imaturidade são ricas e variadas: falta de visão e planejamento do futuro; hipertrofia do presente e exaltação do instante; falta de justiça nas análises pessoais e gerais; sérias dificuldades para racionalizar os fatos e aplicar-lhes um certo espírito cartesiano. A vida é como um viagem e por isso é importante saber aonde se quer chegar. 9) Pouca educação da vontade.

A vontade é uma uma joia que enfeita a personalidade do ser maduro. Se é frágil e não foi temperada pro uma luta constante, transforma o sujeito em um tipo débil, mole, volúvel, caprichoso, incapaz de propor-se objetivos concretos, já que tudo se desfaz com o primeiro estímulo que vem de fora e o faz abandonar a tarefa que levava a cabo. Não sabe dizer “não”, fazer renúncias. Um ser que aprendeu a não se vencer, mas a seguir os seus impulsos imediatos. Por essa via, tornou-se um sujeito volúvel, inconstante, leviano, superficial, frívolo, que se entusiasma facilmente com algo para abandoná-lo logo que as coisas ficam minimamente difíceis. E isso acarreta outras conseqüências. O sujeito apresenta baixa tolerância às frustrações, é um mal perdedor, pois tem pouca capacidade de superar as adversidades uma vez que não está acostumado a vencer-se em quase nada; e há também uma tendência a refugiar-se num mundo fantástico a fim de escapar da realidade.

10) Critérios morais e éticos instáveis.

A moral é a arte de viver com dignidade, de usar corretamente a liberdade, de conhecer e pôr em prática aquilo que é bom. Na pessoa imatura tudo está preso por alfinetes que se soltam facilmente. A moda, a permissividade, o relativismo pautam a sua vida. Ele segue os vaivens das novidades sem nenhum espírito crítico.

Enrique Rojas,Psiquiatra

 
 
 

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UM ESPAÇO SOBRE COMPORTAMENTO, AMOR E RELACIONAMENTOS .

Vera Martinski,Psicóloga,especialista em relacionamento,depressão e fobias.Psicoterapeuta cognitivista com pós em Gestalt

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